A indústria cearense deve manter uma trajetória de crescimento em 2025, mesmo diante de obstáculos como a falta de mão de obra qualificada e a alta taxa de juros. A projeção foi feita pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, durante entrevista nesta quarta-feira (22).
Com base em dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) e do Observatório da Fiec, Cavalcante destacou que o setor industrial do Estado cresceu 8,1% em 2024, o segundo melhor resultado do Brasil. Para 2025, a expectativa é de alta entre 2,5% e 4%.
“A tendência é seguir avançando, mesmo com desafios. Precisamos focar em soluções que fortaleçam a indústria e garantam a continuidade desse crescimento significativo”, afirmou o dirigente.
Superando a falta de mão de obra
Um dos entraves identificados é a carência de profissionais qualificados para atender à demanda do mercado. Ricardo Cavalcante ressaltou que a Fiec está trabalhando em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Governo do Ceará, liderado por Elmano de Freitas (PT), para implementar iniciativas voltadas à capacitação de trabalhadores.
“Estamos com empregos disponíveis, mas falta mão de obra qualificada. Precisamos unir esforços para criar estratégias que atendam à necessidade da indústria cearense”, disse.
Alta dos juros como desafio econômico
Outro ponto de preocupação para a indústria é a alta da taxa Selic, atualmente em 12,25%, com previsão de atingir 15% em 2025, segundo o Boletim Focus do Banco Central. Cavalcante apontou que esse cenário prejudica especialmente pequenos e médios empresários.
“A taxa de juros inibe o crescimento de qualquer negócio. O grande empresário tem mais facilidade para acessar crédito, mas o pequeno e o médio enfrentam enormes dificuldades, o que impacta diretamente o setor”, explicou.