A prefeita eleita de Ipu, Milena Damasceno Carneiro, está no centro de uma polêmica eleitoral que pode levá-la a perder o mandato ainda antes de assumir. O Ministério Público Eleitoral (MPE) moveu um pedido de cassação da prefeita e da vice, Arlete, por suposto abuso de poder político e econômico pela realização de um evento de campanha que, segundo o MPE, se assemelha a um showmício, prática proibida pela legislação eleitoral.
O caso ganhou notoriedade justamente pela comparação inusitada feita pelo promotor responsável, que descreveu o evento de campanha de Milena Damasceno como uma micareta, “semelhante ao Fortal“, um dos maiores festivais de música do Ceará.
O uso de trio elétrico e a distribuição de camisetas padronizadas aos participantes foram apontados como evidências de abuso de poder durante a campanha. Para completar, já havia uma decisão judicial anterior que proibia o uso de equipamentos de som desse tipo, com multa estabelecida em caso de descumprimento.
A denúncia, feita pela Promotoria da 21ª Zona Eleitoral, aponta que, ao organizar o evento, a candidatura de Milena não só ignorou a ordem judicial, mas também violou regras eleitorais que proíbem a realização de showmícios. O promotor vai além e pede ainda a inelegibilidade da prefeita e da vice-prefeita, com um período de até oito anos, caso o pedido seja aceito pela Justiça Eleitoral.
Além de Milena e Arlete, a ação inclui também a inelegibilidade de Robério Wagner Martins Moreira, atual prefeito de Ipu, e Sérgio Rufino, seu candidato apoiado, ambos acusados de abuso de poder político e econômico.
A ação judicial foi recebida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), mas o caso ainda está sendo analisado. Se a Justiça acolher o pedido, Milena Damasceno e Arlete podem perder seus mandatos e ficar inelegíveis por oito anos, afastando-as de qualquer disputa eleitoral no futuro próximo.