Diante do grito dos produtores de leite do Ceará reclamando do baixo preço para venda do litro do produto in natura, a Faec – Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará, sob a presidência de Amilcar Silveira, conseguiu nessa terça-feira (17/01), fazer com que seja estabelecido um preço mínimo. Nos últimos seis meses o preço do litro do leite diminuiu 42 centavos causando prejuízo e insegurança econômica aos produtores.
A Faec e a empresa Betânia, maior empresa compradora de leite no Ceará, prometeram publicar, no começo de fevereiro, um preço mínimo do litro do leite. Hoje o produto é vendido, dependendo da região, a R$ 1,80 e R$ 2,00 o litro, valor oferecido na maioria das vezes pelo atravessador.
O consenso foi construído em reunião na sede da Faec na qual compareceram produtores de leite e derivados dos municípios de Iracema, Madalena, Quixeramobim, Quixadá, Ibicuitinga, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Maranguape, Senador Pompeu, Milhã, Cedro; representantes da indústria; do Sindlacticinios; dos supermercados (Acesu – Associação Cearense de Supermercados); e do Governo do Estado (Adagri e SDA – Secretaria de Desenvolvimento Agrário).
Falta fiscalização
O presidente da Faec, Amilcar Silveira, aproveitou o momento para solicitar ao Governo do Estado que promova a fiscalização dos produtos derivados do leite que adentram o Ceará sem inspeção sanitária e com suspeita de sonegação fiscal.
Segundo Amilcar, entram no Ceará, por ano, um milhão e 200 mil quilos de queijo do Pará. Foi dito também, pelo produtor Cirilo Vidal Pessoa, de Quixeramobim, que o Ceará consome 48% do leite vindo de fora.
O problema é que a Adagri – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará só tem 97 servidores para fiscalizar todo o Estado. Os técnicos só têm como fazer o serviço por amostragem.