O Cenário
O Banco Central aumentou a taxa básica de juros, Selic, para 10,75% ao ano, com alta de 0,25 ponto percentual. A decisão foi unânime e anunciada após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), sendo a primeira elevação em mais de dois anos. A última alta havia ocorrido em agosto de 2022, quando a Selic chegou a 13,75%.
Segundo o Copom, a alta atual foi motivada pela resiliência na atividade econômica, pressões no mercado de trabalho e aumento nas expectativas de inflação. O comitê destacou que o ritmo dos ajustes futuros dependerá da dinâmica da inflação e das projeções econômicas.
Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,02%, influenciado pela redução no preço da energia. No entanto, o aumento das tarifas de energia elétrica e o impacto da seca prolongada sobre os alimentos devem pressionar a inflação nos próximos meses.
As expectativas do mercado para o fechamento da inflação neste ano subiram para 4,35%, de acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. A meta de inflação para 2024 foi fixada em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual.
O aumento da Selic visa controlar a inflação, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo. A medida, contudo, também pode desacelerar o crescimento econômico. O Banco Central prevê crescimento de 2,3% para a economia em 2024, mas o mercado projeta uma expansão de 2,96%.
A próxima decisão do Copom sobre a Selic ocorrerá nas próximas semanas, quando o Banco Central deve revisar as projeções econômicas e ajustar suas políticas, conforme a evolução da inflação.