A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o Banco Central (BC) aumentar mais uma vez os juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic, juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. É o maior nível desde outubro de 2016.
Em comunicado, o Copom afirmou que as incertezas externas, principalmente pela política comercial do país, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Em relação ao Brasil, o texto informa que a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação no crescimento.
O que impacta no custo de vida e nos preços dos alimentos?
O aumento da taxa básica de juros (Selic) impacta diretamente a vida das pessoas, especialmente quando se trata do consumo, preços dos alimentos e custo de vida em geral. Quando a Selic sobe, o crédito fica mais caro, afetando desde o financiamento de imóveis e carros até o parcelamento no cartão de crédito. Isso desestimula o consumo, pois as pessoas pensam duas vezes antes de assumir novas dívidas.
A elevação da Selic encarece o crédito, desestimulando o consumo e a produção. Embora essa medida busque controlar a inflação, ela também pode dificultar o crescimento econômico. A alta dos juros afeta diretamente o custo de vida, tornando empréstimos e financiamentos mais caros, o que reduz o poder de compra das famílias.
Preços dos alimentos
A alta da Selic também afeta os preços dos alimentos. Como o crédito para os produtores rurais e para as empresas de transporte fica mais caro, os custos de produção aumentam. Isso pode levar ao repasse desses custos para o consumidor final, resultando em produtos mais caros nas prateleiras. Alimentos básicos, como arroz, feijão, leite e carne, têm sido especialmente afetados.
Além disso, a alta dos juros reduz o poder de compra das famílias, o que dificulta o acesso a uma alimentação adequada. Em cenários de inflação alta, mesmo com a tentativa de controle via Selic, a população sente os preços subindo mais rápido do que os salários.
Custo de vida
O aumento dos juros também afeta setores como moradia e transporte. Quem precisa financiar um imóvel encontra condições menos favoráveis, e os aluguéis podem subir devido à correção de contratos baseados no IGP-M, índice que também sofre impacto da Selic. No transporte, a alta do combustível e dos custos logísticos também influencia o valor final dos produtos.
Investimentos
A taxa de juros, entretanto, beneficia os investimentos atrelados à taxa básica, que crescem mais conforme a alta. O mais famoso deles é o Tesouro Selic. Desse jeito, há um maior retorno, mas a poupança perde a competitividade.
Além dos títulos públicos, os papéis privados também podem compor a carteira do investidor, especialmente aqueles isentos de Imposto de Renda, como LCIs e LCAs.